PrĂ© Venda do prato que esta concorrendo, Ragu com Polenta OrgĂ¢nica
Chegou o grande momento, onde nĂ³s saĂmos do anonimado para encarar as ruas, sair do esconderijo e servir.
No dia 14 de agosto começa o Festival Gastronomico de Rua — e com ele, a chance de provar nosso prato concorrente: uma porĂ§Ă£o generosa por R$20 daquilo que se tornou mais que receita — tornou-se obsessĂ£o. Carne de cozimento lento. Nova paixĂ£o. Novo hiperfoco.
ApĂ³s meses de testes e escuta ativa dos ingredientes, descobrimos o Ă³bvio negligenciado: o tempo Ă© tempero. Quanto mais longa a cocĂ§Ă£o, mais profundas as camadas de sabor. E aqui, no Esconderijo, operamos em sobreposiĂ§Ă£o: salgado, Ă¡cido, doce, amargo e umami nĂ£o se anulam — se potencializam.
A base Ă© brutal: amargor inicial concentrado, puxado por carga alta de temperos. Para reequilibrar, usamos melado de cana (doçura ancestral), vinagre balsĂ¢mico (acidez), sal (dureza mineral), shoyu e molho inglĂªs (umami e escurecimento enzimĂ¡tico). A carne Ă© selada atĂ© formar crosta marrom-escura, depois mergulha na fervura lenta de uma Red Pilsen da Antwerp — barril comprado sĂ³ para isso. Sem atalhos. Sem concessões.
A cama? Polenta feita com fubĂ¡ orgĂ¢nico moĂdo na pedra, produzido a partir de espigas caboclas cultivadas por Dona EfigĂªnio — agricultora que resiste ao apagamento. Milho armazenado no paiol, como se fazia antes da pressa, moĂdo com Ă¡gua de nascente em engenho de madeira. Farinha de custo elevado, mas valor imensurĂ¡vel. Cada grĂ£o Ă© um ato polĂtico. Cada colher, um gesto de memĂ³ria.
Esse prato Ă© nosso manifesto.
Gastronomia nĂ£o Ă© espetĂ¡culo. É resgate. É aliança com o tempo, com a terra, com quem planta. NĂ£o Ă© sobre lucro. É sobre tornar o processo viĂ¡vel, aprazĂvel e profundamente nutritivo — no corpo, na cultura e na histĂ³ria.